Porque assim nem tens de dizer nada, o teu silêncio é confortável e eu deixo-te estar, porque sou cobarde e não consigo dizer-te nos olhos, porque és cobarde para o aceitar assim.
Prefiro o teu silêncio do que um qualquer comentário que fica a meio caminho do valor das minhas palavras. Porque magoa.
Porque um adoro-te dito a alguém que provavelmente nem conheces feriu-me mais do que o esperado e não gostei do sabor do sangue. É amargo.
Porque só vejo as estrelas no teu cheiro e ele não está sempre presente e porque eu preciso de mais, não muito mais, mas definitivamente um bocadinho mais.
Não sei ser mais sincera, não sei…
E foi sem querer, e nem reparei, ou se calhar só neguei, mas gosto. Muito.
Gosto da tua amizade, mas gosto mais do que isso, e tu não.
Porque eu adoro-te, sim. Por tudo que me mostras ser, por todos os pormenores de quem tu és e pelo teu riso que me faz ser mel. Porque consigo sempre descobrir mais alguma coisa que me faz gostar mais. Porque também consegues ser estúpido e mau e arrogante e distraído o suficiente para te esqueceres de ter consideração por mim, e irritante, e ainda assim… eu gosto-te terrivelmente de ti.
Porque tu finges não ver e eu finjo não saber. Mas se sou tua amiga sou sincera.
Porque às vezes é preciso mais coragem para desistir do que para continuar a lutar. Porque é preciso admitir quando já perdemos. Porque não sou nenhuma boneca de pano que podes ir buscar quando te apetece.
Não sei deixar de acreditar, nem de sonhar, nem de lutar, não sei se vou ter coragem.
Mas vou partir de um princípio, sinceridade! E talvez ainda me surpreendas…
E eu não queria nem demais nem de menos, apenas a certeza do teu gostar.
Desculpa.
O teu silêncio já não me diz nada e as tuas palavras já não espero! Mas gostava de ouvir qualquer coisa que me fizesse sentir aquilo que tu és…